Psicóloga Myrthes Gonzales debate sobre saúde mental em palestra na FCH

23-03-2017

Em encontro com estudantes, especialista aborda os impactos do sistema sobre o corpo e a mente

A convite dos alunos do curso de psicologia, a psicóloga e professora Myrthes Gonzales, compareceu nesta quinta-feira (16), na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCH), para participar da palestra "Corporeidade e Saúde Mental". O encontro aconteceu no auditório 309 e objetivo do debate foi ampliar a reflexão sobre a existência humana. Na ocasião, a especialista compartilhou suas experiências pessoais e aproveitou para lançar seu mais novo livro "Momentos Estruturantes".

A todo momento, Gonzales coloca-se na contramão do perfil da nossa sociedade atual, baseado em consumo, individualismo e produção. "Tudo está ligado, as pessoas costumam agir como se sua atitude não trouxesse consequências, quando na realidade as relações humanas se dão pelo sistema, assim como as relações ecológicas". À medida que o homem se distrai de sua realidade, ocupado com suas tarefas diárias, ele perde a noção do tempo e espaço, assim, pode ser manipulado facilmente.

A Biodanza busca reinserir o homem no meio que vive. O corpo é a casa da alma e, segundo a psicóloga, o Cristianismo trouxe a visão de que o corpo é algo sagrado e a Revolução Industrial a de que o corpo é uma máquina. O homem se tornou uma presa do sistema: empenha-se tanto no trabalho e acaba esquecendo-se de seus valores e de viver o presente. De acordo com a metodologia com a qual trabalha, a psicóloga busca resgatar a importância da estruturação do ser humano considerando duas vias: as relações afetivas e o reconhecimento. "A Biodanza busca reverter este quadro, o homem precisa se reencontrar e ter sua vitalidade, autoestima e autonomia", explicou.

Umas das ferramentas utilizadas é a dinâmica, que ajuda a influenciar os movimentos, e a música, que tem um papel fundamental. Por ser uma linguagem universal, a música altera os sentidos e revelas as emoções. Quem nunca suspirou ao ouvir uma música romântica, pensando no amado ou amada? Ou não se alegrou ao ouvir sua música favorita no rádio, enquanto arrumava casa? "Utilizamos diversos sons e em todo trabalho que fazemos com grupos específicos, temos músicas específicas. Por exemplo, em um aglomerado onde a música clássica não é bem aceita, é feito um estudo no local, para saber quais músicas usar e aos poucos introduzimos os clássicos".

Publicado no Portal Conecta Fumec

Foto: Pedro Delucca

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