Empoderamento feminino e a busca por uma vida mais saudável
Especialista mostra como a alimentação saudável pode ser uma aliada nesse processo

Empoderar mulheres para promover a equidade de gênero em todas as atividades sociais vai além de uma simples ação solidária feminina e passa a ser um ato de sororidade. Essa última palavra diz respeito a um comportamento de não julgar outras mulheres e, ainda, ouvir com respeito suas reivindicações.
E é por meio da alimentação saudável que a médica endocrinologista Bruna Manes, busca fortalecer o movimento e promover a qualidade de vida. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNE), mais de 60% da população está com sobrepeso e o gênero mais afetado é o feminino, sendo 62,6% dentro dessa estatística.
Além de estarmos mais tempo em casa, a especialista pondera outro motivo que desencadeou o aumento da obesidade no país. "Normalmente, buscamos nos alimentos o acalento para situações do nosso dia-a-dia, sejam elas situações que gerem felicidade ou momentos que nos deixe mais tristes e estressados. A pandemia trouxe exaustão emocional, então houve uma compulsão alimentar. Muito haver com a cabeça", explica.
E nos consultórios que atende, tanto em Volta Redonda, quanto no Leblon, ambos no Rio de Janeiro, as principais queixas que a médica ouve estão relacionadas às questões emocionais. "Percebo nas minhas pacientes que elas buscam a recompensa na comida para suprir os relacionamentos ruins, quando estão estressadas por conta do trabalho e quando estão se sentindo cansadas", disse a médica que também acrescenta.
"Elas fazem isso porque se julgam merecedoras, de fato são, mas quando se come um alimento mais rico em açúcar ou farinhas, a liberação do bem-estar é muito momentânea. Acabam que entram em compulsão e comem em grande quantidade", completa.
Tratamento multidisciplinar
Existem diversas formas para tratar a obesidade: dieta, exercícios físicos, utilização de remédios ou até mesmo cirurgia bariátrica. No entanto, a mudança mais significativa começa quando o paciente dá o primeiro passo. Geralmente, não é fácil, por isso o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar é fundamental no processo.
"Ter o apoio de mais profissionais fará toda a diferença, por isso tenho em minha equipe uma nutricionista e uma psicóloga e, quando julgo necessário, encaminho as pacientes, pois assim garantimos uma melhor aderência ao tratamento proposto é uma melhor mudança de hábitos alimentares e de vida", disse.
E os resultados com o emagrecimento é a retomada da autoestima da mulher. "O importante no final é a paciente se sentir melhor com ela mesma e saber lidar com as questões que a aflingia e fazia com que ela entrasse em transtorno alimentar, que pode ser a compulsão pela comida, e evitar que também se desenvolvam a bulimia e anorexia", finalizou.